
Segundo o pesquisador Marco Aurélio Rudieger, as notícias falsas não foram usadas somente nesse período eleitoral, mas desde 2014.
O pesquisador falou na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) das Fake News sobre a descoberta. Rudieger descreveu uma estrutura sistêmica que integra várias plataformas para disparo em massa de mensagens, as notícias falsas, fortalecido por uma comunidade de influenciadores que cooperam com o sistema.
Esse cenário de polarização e agressividade é uma das principais consequências da proliferação de fake news:
"Vivemos um momento extremamente complexo, que exige do aparato institucional e cívico uma atenção muito grande, sobretudo quando se aproximam as eleições de 2020", comentou Rudieger.
"Nas eleições de 2014, houve a utilização de robôs por vários campos. No primeiro turno das eleições de 2018, o centro político foi mais fraco na utilização desses mecanismos, usados de forma mais intensa nas polaridades", completou o pesquisador.
Ele ressalta que robôs maliciosos não só afetaram humanos como também atingiam máquinas que não tinham esse propósito. Considerando que as redes sociais se voltaram contra as fake news após a eleição estadunidense de 2016, é provável que o algoritmo dessas plataformas tenha sido afetado pelas fontes falsas.
Rudieger acrescenta que a rede de proliferação de fake news vai além de apenas robôs. Sua pesquisa revelou a cooperação de uma rede de influenciadores digitais, em uma comunicação humanizada que piora ainda mais o cenário para as notícias verdadeiras.